Os jardins de Ana Razuk

Nesta nova exposiçao chamada “os sons das flores”, a artista Ana Razuk, nascida em Sao Paulo, Brasil, e residente na Suiça desde 2008 apresenta novas telas realizadas entre 2010 e 2018. Esses trabalhos de cores fortes transbordam um sentimento primaveril, com a sua abundância exuberante de flores, instrumentos musicais e outros elementos. As pinturas de Ana podem ser admiradas como mapas nos quais o ponto de vista é quase sempre aéreo. Pétalas se misturam aos pontilhados, retângulos pontuam áreas de um terreno fértil . Mesmo alguns elementos que parecem estar em perspectiva, quando olhados com mais atenção, mostram-se diluidos, como os caules e folhas das plantas, se tornando assim signos desses mapas algo encantados.

Zonas pontilhadas e de elementos mais geométricos, como retângulos ou casas, sempre de cores contrastantes, se misturam à elementos mais orgânicos, de que já
falamos, flores ou ainda pássaros. Não há hierarquia de valores entre estes elementos. Eles mantêm-se todos como sinais de um cosmos próprio da artista.
Toda essa composiçao é reforçada pelas bordas, que aparecem em muitas telas. Neste sentidoas obras de Ana remetem à tapetes. Nos tapetes persas, por
exemplo, as bordas isolavam e protegiam o espaço mágico habitado pela esfera do universo e do divino do resto do mundo. As bordas reforçam de toda maneira o que
é representado nas telas, que se mostra separado do mundo cotidiano e real, criando espaços à parte.

A idéia de jardim, tão presente em tantas destas telas, esta muito frequentemente associada à idéia de paraiso e nos faz vivenciar um outro tempo, feliz, alegre e
talvez eterno, distante dos problemas e contradições do mundo temporal e real. Por fim resta a confirmação, pelo nome escolhido para a exposição, de que Ana
bordou cuidosamente estas pinturas-tapeçarias como uma celebração à vida que renasce na primavera. A palavra primavera, em francês «printemps», vem do latim
«primus tempus», que seriam os primeiros tempos. Os mapas de Ana apontariam então para lugares como o Éden, o Paraiso Perdido, ou o Jardim das Delicias, onde há uma espécie de suspensão da temporalidade que conhecemos.

Ana KesselringParis, Fevereiro, 2012

IT

I giardini di Ana Razuk

In questa nuova mostra denominata “i suoni dei fiori”, l’artista Ana Razuk, nata a São Paulo, Brasile, e residente in Svizzera dal 2008 presenta nuovi dipinti realizzati tra il 2010 e il 2018. Queste opere di colori audaci traboccano di sentimenti primaverili, con la sua abbondanza lussureggiante di fiori, strumenti musicali e altri elementi. I dipinti di Ana possono essere ammirati come mappe sulle quali la vista è per lo più aerea. Petali si mescolano con aree tratteggiate, rettangoli punteggiano le zone di un terreno fertile. Anche alcuni elementi che sembrano in prospettiva, a uno sguardo ravvicinato, risultano essere diluiti, come i gambi e le foglie, diventando così segni di queste mappe che hanno qualcosa di incantato.

Aree tratteggiate ed elementi geometrici, quali rettangoli o case, dove i colori contrastanti si mescolano agli elementi organici, fiori o uccelli. Non c’è gerarchia di valori tra questi elementi. Tutti rimangono come segni del proprio cosmo dell’artista. Tutta questa composizione è esaltata dai bordi che appaiono su molte tele. In questo senso le opere di Ana si riferiscono ai tappeti. Nei tappeti persiani, per esempio, i bordi isolano e proteggono lo spazio magico abitato per la sfera dell’universo e del divino dal resto del mondo. I bordi rafforzano in ogni caso ciò che viene rappresentato sulle tele, che si presenta separatamente dal mondo reale e quotidiano, creando spazi a parte.

L’idea del giardino, così presente in tanti di questi lavori, viene molto spesso associata con quella del paradiso e ci fa sperimentare un altro tempo, felice, gioioso e forse eterno, lontano dai problemi e dalle contraddizioni del mondo temporale e reale. Infine rimane la conferma, per il nome scelto per la mostra, che Ana ha ricamato con tanta cura questi dipinti-arazzi come una celebrazione della vita che rinasce in primavera. La parola primavera, “primtemps” in francese, deriva dal latino “primus tempus “, che sarebbero i primi tempi. Le mappe di Ana punterebbero allora a posti come l’Eden, il Paradiso Perduto o il Giardino delle Delizie, dove c’è una sospensione della temporalità che conosciamo.
Ana Kesselring
febbraio . 2012

EN

Ana Razuk’s gardens

In her new exhibition called «the sounds of flowers», the artist Ana Razuk, born in São Paulo-Brazil and residing in Switzerland since 2008, presents her new paintings from 2010 to 2018. The use of strong colors flourishes into a vernal feel with an exuberant abundance of flowers, musical instruments and other elements.Ana’s paintings can also be admired as maps, on which the perspective is predominantly overhead. Petals get mingled with dotted lines, rectangles punctuate fertile ground areas. Some elements that may look to be into perspective at first, when carefully perceived, are proven to be diluted, like the plants stems and leaves, becoming signs on those somewhat enchanted maps.

Dotted zones with geometrical elements, like rectangles or houses, always have contrasting colors and blend themselves with more organic elements, which were already mentioned, like flowers or even birds. There is no hierarchy value between these elements. They all stand as signs of the artist’s own cosmos. This composition is reinforced by the borders that are present in numerous paintings – in this regard Ana’s works relates to tapestry. In Persian rugs for example, the borders would isolate and protect the magical space inhabited by the sphere of the universe and the divine from the rest of the world. The borders strengthen in every way that what is represented in the canvasses is detached from the real, daily world, creating new independent spaces.

The garden concept present in so many of these paintings is frequently related to a paradise concept, where it makes us experience another time, happy, joyful and perhaps eternal, distant from the problems and contradictions from the temporal real world. At last it remains the confirmation by the name chosen for the exhibition that Ana carefully embroidered these tapestry-paintings in celebration of life that always flourishes and is reborn in the spring. The word spring, «printemps» in French, comes from the Latin«primus tempus», which means the first times. Ana’s maps would be pointing towards places like Eden, the Lost Paradise or the Garden of Delight, where there is a discontinuance of temporality as we know it.

Ana Kesselring02/2012

Translation: Felipe Schilling

felipe.schilling@gmail.com

Esta série faz parte do projeto de exposições digitais,

aMaze Art, criada por ardil. disponível na App Store.