série de pinturas em acrílica feitas entre 2009 e 2010 que tentam representar a sensação de viver com 180 graus de céu!!!!
serie di dipinti in acrilico effettuati tra il 2009 e il 2010, che tentano di rappresentare la sensazione di vivere con il cielo a 180 gradi!!!!
(in the blue) series of acrylic paintings made between 2009 and 2010 that try to represent the feeling of living with 180 degrees of the sky!!!!
parte do discurso de abertura:
Venho de São Paulo, uma metrópole brasileira. Uma cidade com cercade 12 milhões de habitantes, com muitos arranha-céus.Conseguir ver um pouco de céu é bastante difícil. Transferi-me para Genestrerio em fevereiro de 2008. Uma cidadezinha do Mendrisiotto, região ao sul da Suíça italiana, com cercae 900 habitantes. Poderia parecer que aqui não tem nada, mas temos 180 graus de céu e pessoas maravilhosas! Em 2009 eu estava olhando os meus cadernos de anotações onde faço esboços, reflito sobre o meu trabalho, colo desenhos. Em um deles revi um desenho feito em 1989 e decidi fazê-lo em tela. Acrescentei alguns elementos ao desenho original e percebi que nessa tela estava representada uma das flores que vejo durante meus passeios diários por Genestrerio. Nesse momento entendi que queria contar um pouco dessa sensação nova de poder ver o céu a 180 graus, de viver no azul. A primeira parte fala desses passeios, da descoberta de novas formas de flores que crescem espontâneas nos campos ou também aquelas cultivadas nos jardins. De vez em quando se encontra alguém e se conversa um pouco.Aquelas formas giravam na minha mente. Em Mendrisio acontece o mundial de ciclismo e então aquelas flores são transformadas em rodas de bicicleta. A partir daí começo a me interessar sempre mais pelo contraste entre o azul e as casas tão coloridas de laranja, vermelho, amarelo, rosa que se vêem em Genestrerio. É um jogo infinito de possibilidade e formas e cores que se podem combinar. Gosto muito de fazer anotações durante as minhas leituras. Esta eu fiz mais ou menos há 10 anos atrás quando lia “A estrada de Swan” – primeiro livro da obra “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust. A família estava de férias no campo e um tio que retornava para Paris diz a Proust, ainda criança: “É verdade que lá em casa há toda sorte de coisas inúteis. Só lhe falta o necessário, um grande pedaço de céu como aqui. Trate de conservar sempre um pedaço de céu acima de sua vida.”